terça-feira, 23 de novembro de 2010

foi então que percebi

- Foi então que percebi que amar...
- Não tem remédio? – antecipa-se Gustavo, completando a frase de Luísa.
- Não... – ri, triste. – Não estou citando o Caio Fernando Abreu. A frase é minha: foi então que percebi que amar é perder a dignidade. - encosta a cabeça no ombro do amigo e suspira, durante o intervalo do filme antigo que assistem na TV, na sala branca dela.
- Ah, Luísa – faz um leve afago nos cabelos dela – Qual é o problema de descer do salto uma vez? Pronto: desceu e já subiu. És tão exigente com você mesma. Deveria exigir mais dos outros também. Nada de aceitar restos e migalhas.
- Você acredita que eu exijo pouco e ainda assim... Enfim, imagine só se pedisse demais...”

(Cadernos de Luísa, Vanessa Souza Moraes)

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