quarta-feira, 28 de abril de 2010

A IMPONTUALIDADE DO AMOR.

Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha. Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa? Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio. O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa. O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito. A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Amor e perseguição

As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas”. Norman Mailer. Copiem. Decorem. Aprendam.
Temos a mania de achar que amor é algo que se busca. Buscamos o amor em bares, buscamos o amor na interner, buscamos o amor na parada de ônibus. Como num jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das boates, nas salas de aula, nas platéias dos teatros. Ele certamente está por ali, você quase pode sentir o seu cheiro, precisa apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível, pois só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade.
Amor não é medicamento. Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproximará,e, caso o faça vai frustrar suas expectativas, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza,ele não suporta a idéia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima. Você já ouviu muitas vezes alguém dizer: “Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu”. Claro, o amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem de si mesmas.
“As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas”. Normal Mailer. Divulguem. Repitam. Convençam-se.
O amor, ao contrário do que se pensa, não tem que vir antes de tudo: antes de estabilizar a carreira profissional, antes de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir do seu surgimento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir diante de você sem máscaras e sem fantasia. É esta a condição. É pegar ou largar.
Para quem acha que isso é chantagem, arrisco sair em defesa do amor: ser feliz é uma exigência razoável e não é tarefa tão complicada. Felizes aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem. Felicidade é serenidade. Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados. O amor é o prêmio para quem relaxa.

Martha Medeiros.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Treinando Para Matar!

Ando um tanto quanto estranha ultimamente.Brincadeiras raramente me fazem rir,e muitas vezes até me irritam.Não estou mais conseguindo ser tolerante,ver que algumas coisas não devemos dar muita importância.Houve épocas,que poucos conseguiam tirar o meu sorriso de mim.Me fazer chorar era para poucos.Estou começando a me achar uma velha,uma velha que não consegue mais aceitar erros,que chora por qualquer 'a',e que acha graça só em casos extremos.Devo estar sentindo falta da minha antiga vida.Faculdade ainda me mata.Quero meus amigos e amigas de novo.Quero minhas manhãs sem fazer nada.Quero voltar a me preocupar com o final de semana,esperar ansiosamente a sexta-feira,e não morrer pensando na próxima prova.Eu espero sim a sexta feira ansiosa,mas só porque eu vou poder finalmente descansar.Ando estressada,brigando com pessoas que nem convivem comigo direito.Queria a Bruna nessas horas,pra mim bater,xingar,descontar toda a minha raiva,e no final,ela olhar pra mim e dizer: ta melhor agora? Aah,como sinto falta dela.Da companhia dela,dela toda minha.Tem dias que nem eu mesma estou me aturando,e hoje é um dia desses.Acordei desejando dormir pelo menos o dia todo.Estou triste,e nem sei o porque,talvez seja comigo mesma.Talvez eu ande exigindo das pessoas,coisas que eu deveria exigir de mim mesma.Talvez eu não admita nos outros meus próprios erros.Engraçado,né? Mas ando assim,estranha.Estranha comigo mesma,e com o mundo.Esse mundo que não tem culpa de ter uma filha,uma namorada,amiga e irmã tão complicada,cheia das manias e um humor que muda conforme a lua.
Esse texto na verdade,é só um desabafo meu.Dissem que as vezes o melhor remédio é escrever,bem,aqui estou eu,e espero mesmo que meu humor mude,e que a minha manhã termine um pouco melhor,e que a tarde eu nem lembre de tudo isso.
Enfim,TPM ainda me mata.E quem é mulher,entende muito bem.
Boa terça,e um ótiiiiimo feriado :*

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Quero que esse sentimento dure para sempre!


Sabes exatamente como me aceitar,por inteira ou em pedaços.Sabes como tirar um sorriso de mim quando a minha maior vontade é chorar.Admiro essa tua insistência em tanto querer me ver bem em todas as situações,como se só a minha felicidade,somente ela,importasse pra ti.Esse teu jeito de me abraçar,como se estivesse me protegendo do mundo,e nada,NADA pudesse me atingir.
Me pergunto as vezes se realmente mereço tudo isso,se mereço tanto amor.Não que eu não seja digna disso,mas será que eu consigo te recompensar por cada risada,cada momento? Será que eu Renata,consigo te fazer tão feliz quanto tu me faz? Essas perguntas volta e meia veem,e eu te juro,não sei responder.
Sei bem o quanto deve ser complicado e um tanto difícil me compreender.Não sou fácil,e isso não é hoje.Tenho manias,um orgulho e uma teimosia que raramente me deixam.Em alguns momentos nem eu mesma consigo me aturar.Porém,apesar de tudo isso,tais sempre do meu lado,calado ou não,estais lá,me fazendo companhia,por mais que algumas vezes a única companhia não passe do teu próprio silêncio.Esse teu silêncio que as vezes me enlouquece.
Pra mim não existe pessoa mais linda,mais perfeita,mais determinada que tu.E muito menos que consiga me fazer tão feliz quanto tu me faz.Se Deus te colocou no meu caminho,algum propósito teve,e eu acredito que seja para me transformar mais em GENTE,pra cair na vida,e saber me levantar sozinha,pra que eu aprenda a me virar sozinha,para ser menos 'mimada' como tu mesmo diz.E mesmo eu não querendo admitir,com um pouco de dificuldade eu estou aprendendo isso tudo,sempre contanto com a tua ajudazinha básica de todos os dias.
Tenho tanto pra falar de ti,tanto a te agradecer,mas eu realmente não sei,não sei como.Acho que o essencial mesmo é tu saber,que eu estou aqui pra qualquer coisa sempre,que por ti sou capaz de qualquer coisa pra te ver feliz e realizado,e que nada no mundo tira de mim o que eu sinto por ti,pois é a coisa mais pura e verdadeira,acredite.

te amo por tudo que tu és,MEU MAIOR TESOURO.

domingo, 11 de abril de 2010

A tristeza permitida.

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como? Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra. Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra. A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido. Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas. “Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia. Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Enfim Sexta!


Finalmente SEXTA,não vou mais precisar me preocupar com o Comércio Exterior,pelo menos até domingo a noite.Hoje é o último dia que vou precisar pegar um ônibus as 16:45 para chegar as 18:30 na furb,esse trânsito me irrita,juro.E pra minha felicidade está friozinho,e eu vou poder ficar grudadinha no meu namorado o final de semana inteiro.Espero que o final de semana passe devagar,que o tempo fique friozinho,com bastante sol e um céu de brigadeiro lindo.Que eu descanse bastante,e aproveite ao máximo,mesmo que seja em casa,debaixo das cobertas,comendo pipoca e assistindo um filme romântico na tv.Daqui a pouco tenho que começar a me organizar para mais uma noite de muito Comércio Exterior,então,boa sexta pra todo mundo e um final de semana melhor ainda,não esquecendo de descansar,por favor!

''nem tudo o que importante é prioritário, e nem tudo o que é necessário é indispensável!''

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Grandes Mulheres

Há mulheres de todos os gêneros. Histéricas, batalhadoras, frescas, profissionais, chatas, inteligentes, gostosas, parasitas, sensacionais. Mulheres de origens diversas, de idades várias, mulheres de posses ou de grana curta. Mulheres de tudo quanto é jeito. Mas se eu fosse homem prestaria atenção apenas num quesito: se a mulher é do tipo que puxa pra cima ou se é do tipo que empurra pra baixo.
Dizem que por trás de todo grande homem existe uma grande mulher. Meia-verdade. Ele pode ser grande estando sozinho também. Mas com uma mulher xarope ele não vai chegar a lugar algum.
Mulher que puxa pra cima é mulher que aposta nas decisões do cara, que não fica telefonando pro escritório toda hora, que tem a profissão dela, que o apóia quando ele diz que vai pedir demissão por questões éticas e que confia que vai dar tudo certo. Mulher que empurra pra baixo é a que põe minhoca na cabeça dele sobre os seus colegas, a que tem acessos de carência bem na hora que ele tem que entrar numa reunião, a que não avaliza nenhuma mudança que ele propõe, a que quer manter tudo como está. Mulher que puxa pra cima é a que dá uns toques na hora de ele se vestir, a que não perturba com questões menores, a que incentiva o marido a procurar os amigos, a que separa matérias de revista que possam interessá-lo, a que indica livros, a que faz amor com vontade. Mulher que empurra pra baixo é a que reclama do salário dele, a que não acredita que ele tenha taco pra assumir uma promoção, a que acha que viajar é despesa e não investimento, a que tem ciúmes da secretária. Mulher que puxa pra cima é a que dá conselhos e não palpite, a que acompanha nas festas e nas roubadas, a que tem bom humor. Mulher que empurra pra baixo é a que debocha dos defeitos dele em rodinhas de amigos e que não acredita que ele vá mais longe do que já foi. Se por trás de todo grande homem existe uma grande mulher, então vale o inverso também: por trás de um pequeno homem talvez exista uma mulherzinha de nada.

Martha Medeiros.