segunda-feira, 4 de outubro de 2010

É estúpido - e humano também

“- Bonitinha, como estás? – Stan ao telefone, com voz animada.
- Stan! – ela sorri e larga o livro que estava lendo – Bem, e você? Como foi o congresso em, no... Onde era mesmo? – tenta recordar-se, em vão.
- Espanha. Estou aqui ainda, no aeroporto. Foi bom. Muitas menininhas vieram falar comigo ao final da palestra. Dou atenção, pergunto o nome delas e elas dormem felizes – dá uma risada sarcástica.
- Sei, você não tem paciência com menininhas, de qualquer modo – Luísa fala, com certo descaso – Aliás, você me liga uma e meia da manhã para dizer isto?
- E você fica puta ao ouvir. Mas vai negar. Vai Luísa, nega – provoca-a rindo – Liguei porque senti saudades.
- Eu já tive vinte anos, sei como é – ri – Não fico mais. Há tempos não me permito sentir ciúmes de você. É estúpido.
- Não é não. É humano”.

(Cadernos de Luísa, Vanessa Souza Moraes)

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