"- Não acho uma decisão boa, nem ruim, Camille. É uma escolha. Que já conheces o roteiro. Também vejo que a decisão é, um pouco, tomada pelo fato de que pensas que nenhum homem a espera no seu caminho. Você me disse ontem ao telefone isso. Sempre pensei assim. Começo a reformular a ideia. De apenas estar só, sem um alguém a me esperar, ou me salvar de algo. E que seja doce o que aconteça, se vier - Luísa franze a testa.
- Eu me sinto uma fraude no gueto dos transbordantes. Vão barrar minha entrada, rasgar minha carteirinha - Camille ri.
- Não és uma fraude. Só não pense que sua escolha vai te fazer transbordar menos, doce ilusão.
- Hmmmm.
- Sabes que eu a amo e quero que fiques bem. Com o João, José, Paulo, Marcelo, Zé das Couves, sozinha. Como for.
- Eu sei. Aprendi contigo que amor não se agradece, mas você não sabe o quanto é essencial na minha vida. Vamos colocar mais prosa em nossas vidas. Objetivo do momento, pode ser?
- E menos poesia? Vou tentar..."
(Cadernos de Luísa, Vanessa Souza Moraes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário